Livrar-se dos óculos e lentes é desejo de muitas pessoas, inclusive de crianças e jovens. E, hoje, com o avanço da área da oftalmologia isso já é possível por meio da cirurgia refrativa. Entretanto, sempre surge a dúvida se este procedimento cirúrgico pode ser realizado em crianças e adolescentes. A verdade é que, embora esta cirurgia seja amplamente realizada em adultos, sua aplicação na garotada levanta questões importantes sobre segurança, eficácia e adequação.
O que é a cirurgia refrativa?
A cirurgia refrativa é um procedimento que corrige problemas de visão como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Geralmente é realizada por meio do uso de um laser para remodelar a córnea, permitindo que a luz seja focada corretamente na retina.
Quais as indicações da cirurgia refrativa?
A cirurgia refrativa é normalmente indicada para pessoas com mais de 18 anos, pois é nessa faixa etária que o olho atinge sua maturidade estrutural, e a prescrição de óculos ou lentes de contato tende a se estabilizar. No entanto, algumas situações específicas podem justificar a consideração da cirurgia refrativa em jovens ou até mesmo em crianças.
Em casos raros, quando há uma diferença significativa de grau entre os dois olhos (anisometropia) que não pode ser corrigida com óculos ou lentes de contato, e que está causando ambliopia (olho preguiçoso), a cirurgia pode ser considerada uma opção para melhorar a visão e evitar a perda visual permanente.
A importância da estabilidade refrativa
Um dos principais fatores que limita a realização de cirurgia refrativa em crianças e jovens é a falta de estabilidade refrativa. Durante a infância e a adolescência, os olhos estão em processo de crescimento e desenvolvimento, o que significa que os erros refrativos podem mudar ao longo do tempo. Se a cirurgia for realizada antes de o erro refrativo se estabilizar, há um risco significativo de que a correção realizada se torne inadequada, exigindo novos procedimentos ou o uso contínuo de óculos ou lentes de contato.
Riscos e Considerações
Além da questão da estabilidade refrativa, existem outros fatores fundamentais associados à realização de cirurgia refrativa em crianças e jovens. A capacidade de cooperar durante a realização da mesma é uma consideração importante, pois requer que o paciente fique imóvel e colabore com as instruções do cirurgião. Nesse sentido, crianças muito pequenas podem não ser capazes de cumprir essas exigências, o que pode comprometer a segurança e o sucesso do procedimento.
Não se pode deixar de falar nos possíveis riscos de realizá-la em crianças e jovens. Assim como em qualquer tipo de procedimento cirúrgico, este também os apresenta. Ainda que as técnicas modernas de cirurgia refrativa, como LASIK e PRK, tenham se mostrado seguras e eficazes em adultos, a resposta ao tratamento, na faixa etária que compreende a infância e juventude, pode ser diferente. Há preocupações sobre a cicatrização da córnea e a possibilidade de desenvolvimento de complicações a longo prazo, como a ectasia corneana, que é uma condição na qual a córnea se torna progressivamente mais fina e deslocada para frente, em relação à posição normal após a cirurgia.
Alternativas não cirúrgicas
Devido às preocupações mencionadas no texto, a cirurgia refrativa raramente é a primeira opção para correção visual em crianças e jovens. Em vez disso, óculos e lentes de contato continuam sendo os métodos mais seguros e eficazes para a maioria destes pacientes.
Para aqueles que não se adaptam bem a essas opções, como crianças com anisometropia severa ou intolerância a lentes de contato, alternativas como lentes de contato especiais, ortoceratologia (uso de lentes rígidas durante a noite para remodelar a córnea temporariamente) ou implantes de lentes intraoculares podem ser consideradas.
Portanto, embora a cirurgia refrativa seja uma solução eficaz para corrigir erros refrativos em adultos, sua aplicação em crianças e jovens deve ser cuidadosamente avaliada. A maturidade ocular, a estabilidade refrativa, a capacidade de cooperar com o procedimento e o potencial para complicações a longo prazo são fatores críticos a serem considerados.
Em muitos casos, métodos não cirúrgicos continuam sendo a melhor opção para corrigir problemas de visão em jovens. Por outro lado, a decisão de realizar uma cirurgia refrativa deve ser feita com extrema cautela, em consulta com um oftalmologista experiente e considerando as necessidades e circunstâncias individuais de cada paciente.
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