Glaucoma congênito: um desafio na infância. 

Menininha recém-nascida com um laço na cabeça e enrolada em uma mantinha rosa, dorme no colo de sua mãe.

Além do retinoblastoma, de que falamos anteriormente (inserir link), ainda há outras doenças de visão que podem acometer os pequenos e inspiram cuidados ainda na infância. Uma delas é o glaucoma congênito – condição ocular rara que afeta recém-nascidos e crianças pequenas, caracterizada pelo aumento da pressão intraocular que pode levar a danos no nervo óptico e perda de visão. 

O glaucoma congênito é também chamado de glaucoma primário infantil, e segundo o manual MSD, configura um defeito congênito raro que impede que o líquido seja drenado adequadamente da parte frontal do olho. Isso acaba por aumentar a pressão dentro do globo ocular o que, sem tratamento, pode causar problemas irreversíveis.

Neste cenário, o teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é fundamental para a detecção precoce de doenças oculares em recém-nascidos, como o glaucoma congênito e retinoblastoma, entre outras condições que podem levar à cegueira. 

Realizado nas primeiras 48 horas de vida, este exame simples e rápido permite a identificação de anomalias na transparência das estruturas oculares, facilitando intervenções precoces e tratamentos que podem prevenir deficiências visuais permanentes. O teste do olhinho tem o poder de garantir um desenvolvimento visual saudável do recém-nascido, contribuindo para a qualidade de vida e o pleno desenvolvimento das crianças. 

Causas e sintomas do glaucoma congênito

O glaucoma congênito é frequentemente causado por um desenvolvimento anormal do sistema de drenagem do olho, que impede o escoamento adequado do humor aquoso, resultando em aumento da pressão intraocular. 

Imagem do globo ocular normal e imagem do globo ocular com glaucoma. 
Conceito de glaucoma congênito.

Esta condição pode ser hereditária, com mutações genéticas específicas responsáveis por muitos casos. Segundo a Glaucoma Research Foundation, cerca de 1 em cada 10.000 nascimentos é afetado pelo glaucoma congênito.

Os sintomas do glaucoma congênito incluem olhos grandes ou salientes, sensibilidade à luz, lacrimejamento excessivo e olhos opacos, bem como fotofobia. Pais e cuidadores podem notar que a criança prefere ambientes com pouca luz ou esfrega os olhos frequentemente. A identificação precoce desses sinais é fundamental para o diagnóstico e tratamento eficazes.

Diagnóstico e tratamento do glaucoma congênito

O diagnóstico do glaucoma congênito é feito por meio de um exame oftalmológico abrangente, que inclui a medição da pressão intraocular, avaliação da córnea e do nervo óptico. Em alguns casos, são necessários exames adicionais, como a gonioscopia, que permite observar a estrutura do ângulo de drenagem do olho. Diferentemente de pacientes adultos, crianças com suspeita de glaucoma congênito precisam ser sedadas para a realização dos exames, o que apresenta um grau maior de desafio para a equipe médica. 

Também diferente de pacientes adultos, o tratamento do glaucoma congênito geralmente envolve intervenção cirúrgica para corrigir a anomalia no sistema de drenagem ocular. Os procedimentos indicados incluem a trabeculotomia e a goniotomia, que ajudam a criar vias para o escoamento do humor aquoso, e tem expectativa de controle da pressão em cerca de 80% dos pacientes ao longo de 5 anos. 

Bebezinho recém-nascido dorme, enroladinho em uma mantinha, tranquilamente, em um bercinho de hospital. 
O teste do olhinho é um dos exames que podem prevenir o glaucoma congênito e pode ser feito ainda no hospital.

A cirurgia tem maior sucesso quando realizada no primeiro ano de vida, ressaltando a importância do diagnóstico precoce. Em casos mais severos, pode ser necessária a colocação de um implante de drenagem. O uso de medicamentos para reduzir a pressão intraocular também pode ser indicado como uma medida temporária ou complementar. Vale ressaltar que os colírios utilizados em pacientes adultos não devem ser utilizados em crianças, pois estes medicamentos podem causar reações gravíssimas, inclusive com risco de morte a recém-nascidos. 

Entretanto, mesmo com procedimentos cirúrgicos e pressão ocular estabilizada, o glaucoma pode apresentar piora funcional. Então ressalta-se a importância de acompanhamento por parte de médicos especializados que conduzirão a reabilitação visual. Esse processo inclui óculos de grau alto e uso de tampão para garantir que olhos que já receberam tratamento alcancem o seu potencial máximo de visão. 

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Olá para você que é novo por aqui! Eu sou a Dra. Paula Gabriela e me formei na ULBRA. Minha especialidade é a saúde ocular pediátrica e adulta. Aqui na minha página, passamos informações úteis e de qualidade, como cuidados, dicas e explicações mais aprofundadas sobre patologias. Meu objetivo é deixar você mais informado(a) e atento(a) para os cuidados com a sua visão e a do seu filho (a).Se estiver precisando marcar uma consulta oftalmológica, não deixe de entrar em contato comigo por aqui. Vamos conversar para tirar todas as suas dúvidas e fazer uma avaliação completa da sua visão, ou a do seu filho.

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