A retina tem papel fundamental na visão. Ela é responsável por converter a luz em sinais elétricos que são transmitidos ao cérebro para processamento visual. Qualquer lesão que atinja os vasos sanguíneos nela presentes é considerada retinopatia. Existem vários tipos de retinopatias, originadas por diferentes causas.
A retina está localizada na parte de trás do olho e é composta por células fotossensíveis especializadas, como os cones e os bastonetes, os quais têm a função de captar diferentes comprimentos de onda de luz e são essenciais para a percepção de cores, contrastes e movimentos. Além disso, os vasos sanguíneos da retina fornecem oxigênio e nutrientes essenciais para suas células, garantindo sua função adequada.
Os perigos da retinopatia diabética
Dentre os diferentes tipos de retinopatias, a retinopatia diabética é considerada a primeira causa da perda de visão em adultos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 422 milhões de pessoas no mundo têm diabetes – somente no Brasil, são mais de 12 milhões diagnosticadas.
Conforme dados apontados pelo Hospital Albert Einstein, a Retinopatia Diabética é uma condição que acomete mais de 140 mil brasileiros por ano. No entanto, engana-se quem pensa que somente os adultos podem ser atingidos por ela. O Brasil é o terceiro país no mundo com mais casos de diabetes em pessoas menores de 20 anos de idade. E, como esta é uma doença crônica e que não tem cura, as crianças estão mais suscetíveis aos problemas oculares a longo prazo.
Tipos de Retinopatias
Várias condições podem afetar a retina resultando em danos à visão. Estas são classificadas em diferentes tipos de retinopatias.
1. Retinopatia Diabética: uma das formas mais comuns, mas não menos severa, de retinopatia que ocorre em pessoas com diabetes. Se origina de altos níveis de açúcar no sangue que danificam os vasos sanguíneos da retina, levando a hemorragias, inchaço e, nos estágios mais avançados, ao descolamento da retina. Seus sintomas são visão embaçada, pontos cegos ou perda total de visão. O controle dos níveis de açúcar no sangue é essencial para prevenir ou retardar sua progressão.
2. Retinopatia Hipertensiva: este tipo está associado à pressão arterial elevada, que pode danificar os vasos sanguíneos da retina, levando a hemorragias, exsudatos e inchaço. A condição pode não apresentar sintomas visíveis no início, porém, se não tratada, pode resultar em perda de visão. É fundamental o controle eficaz da pressão arterial para prevenir complicações.
3. Retinopatia da Prematuridade: condição que afeta bebês prematuros em razão do desenvolvimento incompleto dos vasos sanguíneos da retina. Este tipo pode resultar em crescimento anormal dos vasos sanguíneos e levar ao descolamento da retina e à cegueira. O diagnóstico precoce e o tratamento com laser podem ajudar a prevenir a perda de visão.
4. Retinopatia por Radiação: ocorre como resultado da exposição à radiação, geralmente como parte do tratamento para câncer de cabeça ou pescoço. A condição pode levar a danos nos vasos sanguíneos e na retina, causando visão embaçada, manchas cegas ou perda de visão. O tratamento e acompanhamento precoce é crucial para minimizar os danos.
5. Retinopatia Serosa Central: este tipo caracteriza-se pelo acúmulo de fluido sob a retina, geralmente na região central. Este tipo pode ser desencadeado por estresse, corticosteroides ou gravidez. Causa distorção visual, manchas escuras e redução da visão central. Em muitos casos, a condição resolve-se por si só, mas em casos graves, podem ser necessários tratamentos a laser.
6. Retinopatia Pigmentar: esta é uma condição genética que resulta na degeneração progressiva das células fotossensíveis da retina, levando a uma perda gradual da visão periférica e noturna. Seus sintomas em geral começam na infância e pioram ao longo do tempo. Infelizmente, não há cura para a condição, mas tratamentos podem ajudar a retardar sua progressão.
Dentre os diferentes tipos de retinopatias citados, os três primeiros são as mais comumente observadas.
Por fim, vale destacar que é essencial reconhecer os sintomas das retinopatias precocemente e buscar tratamento adequado para prevenir complicações graves à visão. Sendo assim, fazer um acompanhamento regular com o oftalmologista é fundamental, especialmente para quem corre o risco de desenvolver as condições, garantindo um diagnóstico precoce e um plano de tratamento eficaz. Sem esquecer de que manter o controle de doenças subjacentes, como hipertensão e diabetes, é uma das formas preventivas.
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