Autismo: ver o mundo a partir de outra perspectiva.

Dia Mundial da Conscientização do Autismo Criança brincando com quebra-cabeças coloridos em uma sala branca vazia.

Dia 02 de abril marca uma importante data; dá início ao mês dedicado à reflexão sobre o autismo. A campanha ABRIL AZUL foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, como uma forma de conscientizar  a sociedade sobre a condição e dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a maneira como uma pessoa percebe e interage com o mundo ao seu redor.  

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 160 crianças no mundo tem TEA. De acordo com a mesma, tem-se observado um aumento de casos no mundo, o que talvez seja explicado pelo aumento significativo da conscientização sobre o assunto e uma maior busca por diagnóstico. 

Transtorno do espectro autista (TEA) : entendendo o autismo.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é uma doença, é um transtorno do desenvolvimento neurológico. Ele não apresenta cura, no entanto seus sintomas podem ser suavizados por meio de um acompanhamento adequado e precoce do paciente. Apesar de não haver uma causa estabelecida, fatores ambientais e genéticos podem estar envolvidos.

Conceito de conscientização mundial sobre o autismo com um ursinho de pelúcia segurando uma fita representativa da luta autista (quebra-cabeça colorido).

O TEA é observado logo nos primeiros anos de vida, mas os sintomas nem sempre são os mesmos para todos os seus portadores. Daí, talvez, a demora em diagnosticar o autismo. Muitas pessoas são diagnosticadas tardiamente,  sendo o diagnóstico realizado, em média, quando a criança apresenta entre 4 e 5 anos. Isso é prejudicial para ela, uma vez que as terapias são importantes para o seu desenvolvimento completo. Importante destacar que a condição apresenta diferentes graus, variando de leves a graves. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria, aponta como características principais as dificuldades de comunicação e interação social e a presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritivos. Alguns dos sinais do TEA que podem ser observados em crianças no primeiro ano de vida são: não responder ao nome, sentir grande incômodo quando colocadas em ambientes com sons altos, ter interesse maior por objetos do que por pessoas, pouco contato visual, enfileirar objetos e não aceitar toque. 

Autismo e problemas oculares

Enquanto o autismo é principalmente caracterizado por dificuldades na comunicação social e nos padrões de comportamento repetitivos, também está associado a uma série de desafios de saúde, incluindo problemas oculares. Embora não esteja diretamente ligado a eles, autistas têm maior probabilidade de apresentar certas condições oftalmológicas em comparação com a população em geral.

Um dos problemas oculares mais comuns em autistas é o estrabismo, uma condição ocular em que os olhos não se alinham corretamente e apontam em direções diferentes. Esta pode afetar a percepção visual e a capacidade de focar objetos, impactando negativamente a interação social e o desenvolvimento cognitivo. Além disso, também pode causar problemas de visão binocular, nos quais os dois olhos não trabalham juntos de maneira eficaz, levando a uma visão dupla ou ao desfoque.

Retrato de menina que apresenta os olhos levemente estrábicos, uma das características do autismo, e as mãos pintadas com as cores representativas da luta autista.

Outra condição ocular comum em autistas é o ceratocone, uma doença progressiva na qual a córnea se torna mais fina e cônica ao longo do tempo. Os sintomas da mesma são visão turva, sensibilidade à luz e distorção visual, o que pode ser especialmente desafiador para os portadores do autismo que já enfrentam dificuldades sensoriais.

Além do estrabismo e do ceratocone, alguns autistas também têm maior probabilidade de desenvolver problemas de processamento visual, como dificuldades na percepção de profundidade, distância e movimento. Isso pode afetar a capacidade de compreender e responder adequadamente ao ambiente visual, o que pode contribuir para conflitos que envolvem a coordenação motora e as habilidades sociais.

É importante notar que muitas pessoas com autismo também têm dificuldades na comunicação verbal e não verbal, o que pode dificultar a expressão de problemas de visão ou o reconhecimento de sintomas por parte dos cuidadores e profissionais de saúde. Por isso, é essencial que os médicos e oftalmologistas estejam cientes da associação entre autismo e problemas oculares e estejam preparados para realizar exames oftalmológicos abrangentes em pacientes autistas, a fim de detectar e tratar quaisquer condições oculares precocemente. 

Quais os tratamentos oculares para autistas?

Embora o tratamento de problemas oculares em pessoas com autismo possa apresentar desafios únicos, devido a dificuldades de comunicação e sensibilidades sensoriais, existem várias opções disponíveis, incluindo o uso de óculos corretivos, terapia visual e cirurgia ocular, dependendo da natureza e gravidade da condição ocular.

Além do tratamento direto das condições oculares, é importante fornecer apoio e adaptações adicionais para garantir que as pessoas com autismo possam acessar cuidados oftalmológicos de forma eficaz. Isso pode incluir acomodações para sensibilidades sensoriais durante exames e consultas, comunicação clara e adaptada para explicar procedimentos e opções de tratamento, e o envolvimento de terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde para fornecer suporte abrangente às necessidades médicas e emocionais dos pacientes autistas.

Garotinho loiro, vestindo uma camisa listrada de azul e amarelo, realiza exame ocular no consultório do oftalmologista.

Por fim, cabe ressaltar que, embora o autismo não esteja diretamente relacionado a problemas oculares, muitos autistas têm maior probabilidade de desenvolver certas condições oftalmológicas. Sendo assim, é fundamental que os médicos estejam cientes dessa associação e forneçam cuidados oftalmológicos abrangentes e adaptados para garantir o bem-estar visual e geral dos pacientes autistas. 

Entender melhor esse transtorno, certamente é a chave para o fim do preconceito e da discriminação que cercam as pessoas com TEA, as quais apresentam apenas uma forma diferente de agir e enxergar o mundo.

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Olá para você que é novo por aqui! Eu sou a Dra. Paula Gabriela e me formei na ULBRA. Minha especialidade é a saúde ocular pediátrica e adulta. Aqui na minha página, passamos informações úteis e de qualidade, como cuidados, dicas e explicações mais aprofundadas sobre patologias. Meu objetivo é deixar você mais informado(a) e atento(a) para os cuidados com a sua visão e a do seu filho (a).

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