Embora seja estranho pensar que um bebê possa ter catarata, essa situação ocorre. Chama-se Catarata Congênita! Esta é uma condição que afeta o cristalino do olho, nossa lente natural, causando sua opacificação. Ela está presente no nascimento ou logo após o mesmo.
Também conhecida como Catarata Infantil, a condição ocular tem muitas causas. Elas podem ser hereditárias, estarem relacionadas a distúrbios metabólicos, serem adquiridas por infecções contraídas no útero ou ainda por outra doença da mãe durante a gestação. Pode afetar somente um olho ou ambos, bloqueando a visão.
Algumas cataratas congênitas podem cobrir apenas parte do cristalino – catarata parcial – e a turvação começa durante os primeiros dez anos de vida.
Como é realizado o diagnóstico da Catarata Congênita?
Na maioria das vezes, o diagnóstico se dá logo após o nascimento do bebê por meio dos exames de rotina, especialmente o famoso “Teste do Olhinho”(teste do reflexo vermelho). Este é obrigatório no Brasil, desde 2017 , em todas as maternidades e hospitais do país, sejam públicos ou privados. Tem como objetivo diagnosticar, além da catarata congênita, outras doenças no recém-nascido, como miopia, hipermetropia, retinopatia da prematuridade, glaucoma, infecções, traumas do parto e até mesmo cegueira.
O “Teste do Olhinho” deve, por lei nacional, ser realizado preferencialmente nas primeiras 48 horas de vida do bebê ou antes da alta hospitalar, por um pediatra ou pelo médico assistente. O exame é feito em ambiente com luz baixa. O médico que o fará direciona uma luz diretamente sobre os olhos da criança e detecta anomalias por meio do reflexo da luminosidade nos olhos da mesma. Se a cor for esbranquiçada ou inexistente, serão realizados outros exames para fechar o diagnóstico e iniciar os tratamentos.
Tratamentos possíveis para catarata
O “Teste do olhinho”, é preciso destacar, deve ser feito imediatamente, pois a catarata congênita deve ser tratada no prazo de quatro a seis semanas após o nascimento. Sendo assim, a catarata infantil é totalmente tratável. Já se não houver tratamento adequado, a criança poderá desenvolver a síndrome do “olho preguiçoso”, ambliopia, nistagmo e até levar à perda da visão.
O tratamento da catarata congênita costuma ser feito considerando a intensidade do problema. Quando ela é total, e prejudica consideravelmente a visão, deve ser retirada por meio de cirurgia. A mesma é semelhante a das cataratas em idosos. Consiste na remoção do cristalino por meio de uma pequena incisão no olho.
Se necessário, durante a cirurgia será implantada a LIO (lente intra-ocular), procedimento que normalmente é feito em crianças a partir de 4 anos. Há médicos que realizam o implante após os seis meses de idade e, até então, será recomendado o uso de lentes de contato duras para corrigir a visão.
No caso das cataratas congênitas parciais, que não necessitam de implante da LIO, dependendo da qualidade da visão da criança, o tratamento pode ser realizado por correção óptica ou midríase (aumento induzido das pupilas).
Após a remoção da catarata, alguns médicos costumam recomendar o uso de um tampão sobre o olho que não recebeu o procedimento ou o uso de colírios para turvar a visão do mesmo. Isso ajuda a desenvolver uma visão normal naquele que sofreu a intervenção cirúrgica.
É possível prevenir a catarata congênita?
A catarata congênita pode ser prevenida, felizmente! A principal forma de prevenção se dá por meio da imunização para rubéola, do pré-natal rigoroso com acompanhamento médico, do exame precoce do Teste do Reflexo Vermelho e/ou pelo encaminhamento imediato para realização do tratamento mais adequado.
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