Uma das doenças infecciosas mais comuns na infância é o sarampo. Esta patologia é altamente contagiosa e transmissível, causada pelo vírus Morbillivirus. Sua contaminação pode levar a complicações sérias, principalmente em crianças menores de um ano de idade. Embora seja conhecido principalmente por seus sintomas característicos, como erupção cutânea e febre alta, também pode afetar os olhos de várias maneiras, como causar conjuntivite e fotofobia, por exemplo.
O Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas de forma gratuita à população. O que justifica ter recebido, em 2016, o certificado oficial de erradicação do sarampo, graças às campanhas de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que atingiu níveis aproximados a 95%.
No entanto, em 2019 novos casos foram registrados no país e, inclusive, acarretaram óbitos de crianças menores de um ano. Já em 2021, a queda da imunidade nesta cobertura atingiu cerca de 60%. Entre os motivos, de acordo com a Comissão de Atenção à Saúde do Cofen (Ctas/Cofen), está o movimento antivacina que ganhou espaço a partir de fake news.
Sintomas comuns e transmissão do sarampo
A transmissão do sarampo se dá por secreções das vias respiratórias liberadas por meio dos espirros ou da tosse de pessoas infectadas pelo vírus. O período entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é de cerca de doze dias, mas a sua transmissão pode ocorrer antes disso e estender-se até o quarto dia depois do surgimento dos exantemas (placas avermelhadas) na pele.
Após o período de incubação, os sintomas podem ser febre alta, tosse, conjuntivite não purulenta, fotofobia e coriza. Entre dois a três dias, surgem pequenas lesões (manchas) na mucosa bucal as quais ficam presentes entre 12 e 72 horas. Outra característica do sarampo são as lesões vermelhas no corpo. Estas começam pela região da nuca e cabeça, espalhando-se pelos braços e pernas. Após três dias, ocorre uma descamação fina da pele. O diagnóstico da doença é, basicamente, clínico, embora exista a possibilidade de confirmação por teste.
É importante reconhecer os seus sintomas e procurar atendimento médico adequado em caso de suspeita de infecção. O tratamento adequado e o isolamento de pessoas infectadas são cruciais para conter a disseminação do vírus e reduzir o risco de complicações oculares e outras complicações graves associadas à doença.
Sintomas oculares do sarampo
O sarampo pode afetar os olhos de várias maneiras, desde sintomas leves, como conjuntivite e fotofobia, até complicações graves, como a cegueira. Além do mais, podem ocorrer em diferentes estágios da doença.
Entre os sintomas mais comuns estão:
Conjuntivite: esta é uma inflamação da membrana que cobre a parte branca do olho e a parte interna das pálpebras. Ela é um dos sintomas oculares mais frequentes do sarampo e pode causar vermelhidão, coceira, inchaço e secreção nos olhos. Quando associada à doença, geralmente ocorre alguns dias antes do aparecimento da erupção cutânea;
Fotofobia: a condição caracteriza-se por uma sensibilidade significativa à luz brilhante que, no caso das pessoas com sarampo, é difícil tolerar. Isso pode tornar a exposição à luz solar direta ou à luz artificial intensa muito desconfortável;
Olhos secos: o sarampo pode levar à diminuição da produção de lágrimas, causando olhos secos e irritação. Isso pode contribuir para a sensação de coceira e desconforto ocular;
Úlceras de córnea: embora menos comuns, as úlceras de córnea podem ocorrer como uma complicação do sarampo. Estas são feridas abertas na camada externa da córnea e podem afetar a visão;
Vasculite retiniana: uma complicação rara do sarampo envolve a inflamação dos vasos sanguíneos da retina, conhecida como vasculite retiniana. Isso pode resultar em distúrbios visuais significativos.
Complicações oculares graves
Embora a maioria dos sintomas oculares associados ao sarampo seja temporária e se resolva à medida que a infecção é tratada, existem complicações oculares graves que podem ocorrer como resultado da infecção. Entre essas complicações estão:
Cegueira: a vasculite retiniana pode causar danos permanentes à retina e resultar em perda de visão. Embora essa complicação seja rara, destaca a importância de tratar o sarampo adequadamente;
Queratite: a inflamação da córnea (queratite) pode ocorrer como uma complicação, levando a cicatrizes corneanas que afetam a visão;
Glaucoma: o aumento da pressão intraocular, conhecido como glaucoma, pode ocorrer após o sarampo. Isso pode levar a danos permanentes no nervo óptico e perda de visão.
A importância da prevenção e vacinação contra o sarampo
A melhor maneira de prevenir problemas oculares relacionados à doença é evitar a infecção. A vacina tríplice viral (MMR), que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, é altamente eficaz na prevenção destas condições e das complicações oculares. Sendo assim, a imunização em massa é uma estratégia governamental essencial para controlar surtos de sarampo e reduzir os riscos associados à infecção.
A vacinação não apenas protege o indivíduo vacinado, mas também contribui para a imunidade coletiva, ajudando a proteger aqueles que não podem ser vacinados devido a condições médicas ou alergias. Isso é particularmente importante para bebês muito jovens e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. É fundamental que a população em geral reconheça a sua importância e siga o calendário de imunização recomendado pelas autoridades de saúde.
Além disso, o sarampo produz uma imunidade duradoura em indivíduos saudáveis. O esquema vacinal completo, bem como uma história pregressa da doença confere proteção ao paciente, não permitindo novas manifestações clínicas quando em contato com o vírus numa segunda oportunidade.
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